28 julho 2017

Histórias do Anoitecer L

Ai, vida, que me pregas partidas umas atrás das outras! Então agora é assim?! Já não bastavam as ilusões e as rejeições? Nunca te apiedas deste pobre coração.
Ainda tenho comigo o cheiro da tua mão. Imaginas a tortura? Ter as cartas e não poder cartear? Saber que o jogo pode arruinar os jogadores, fora e dentro da mesa…
Mas se a vida, sim tu!, não me surpreendesse, então como me acharia? Carente dessa surpresa, e de todo o amor que ela encerra, e que não foi capaz de dar.
Vou sonhar. Vou querer. Vou calar. Vou falar. Vou fazer tudo aquilo que a minha razão deixar. Um braço de ferro de perder e ganhar. A lagarta saiu do seu casulo e só tu sabes como a apanhar. Chora, ri, para de esbracejar. Não sabes quanta água há para nadar. Não sabes se o deserto vai acabar. Mas sabes que o tempo começou, e não vai jamais parar.
Calmamente, tenho de regressar, sabendo que deixei mais um pouco de mim.

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