17 novembro 2014

Histórias do Anoitecer VIII


Tudo tem uma razão. Já sorrio ao ver porque acontecem coisas que não parecem positivas. Claro que o são, e aprendi a ver e sentir o quanto o são. Ainda sonho, é verdade… de modo diferente, mas com a mesma vontade de chegar àquela varanda junto ao mar. Uma mesa posta, impecável. O que bebemos e comemos é sublime, porque estamos juntos. Juntamos as flutes e sentimos o quanto nos amamos só no olhar. Os sorrisos e as vozes meigas… o pôr-do-sol, e a simbiose com tudo o que há de mais belo na natureza. As almas em cânticos silenciosos e uníssonos. Tantos anos passados e nós ali, juntos. Não que tivéssemos passados as vidas assim, mas porque estava destinado que assim ficaríamos, apesar de tudo e de todas as vicissitudes dos nossos caminhos desencontrados. Quando já conformados com uma existência sem amor, quando tudo parecia igual, sem sal, contrariando a nossa vontade de entrega, de transparência em todos os atos e pensamentos… aconteceu que nos vimos, e soubemos que algo de especial e novo acontecera, que os nossos corações avermelharam de ansiedade, abalando a descrença…

Tantos anos de sonhos em tantas cidades. Imaginando que a alma gémea poderia estar do outro lado do mundo. Recordando existências pressentidas, imaginadas, que passaram a ser verdadeiras, porque o foram, porque o são. E pensar que, em cada anoitecer, tu estarias olhando a mesma lua…

1 comentário:

Anónimo disse...

A lua no mesmo olhar...

"um poema ao luar, abre um vasto horizonte..."