18 abril 2016

Aliança




Num porto de mágoa
Que não se apaga e persiste
No horizonte da memória…
Encharcado sem água
Com a ilusão que resiste
E faz parte da minha história.

Quantos caminhos abeirados
Que se fecharam por mim
E se quedam sem marca…
Quantos mundos desejados
Sonhos que não têm fim
Adormecidos numa arca.

Entre o divino e a ciência
Reflito toda a ignorância
Sobre esta transmutação...
Muitas vezes sem paciência
Para os usos de ganância
Para os factos sem razão.

E no meio de nada acontece
Mais um sopro da alma
Um sorriso de esperança…
Grito de quem padece
De uma dor que não acalma
Até sentir de novo a aliança.