Não tenho um cão, o que rima com solidão. Sirvo-me aos
outros e não dos outros. Descobri que aquilo que é acarinhado por alguns é
detestado por outros. E com razão. Descobri que aquilo que pensei e escrevi, já
não serve, é sempre possível fazer melhor. Não há últimas palavras. Há narrativas
que evoluem. E eu evoluo. Porventura, há valores que permanecem, mas a sua manifestação
é dinâmica, adaptativa, quiçá disruptiva às vezes. Poucos compreendem que se
possa amar de forma multiplicativa. Isto é, amar os outros não é trair ninguém.
Toda a gente tem forma de se amar. E eu amo. Ponto.
As materializações nesta dimensão são muitas vezes pobres,
defeituosas, como se muitos chegassem de uma dimensão inferior. Talvez não seja
assim. Talvez este desejo de ser noutra dimensão não passe de mais uma luz roxa
que me rodeia, sempre buscando o que foge nos sonhos. Não desisti de acreditar.
Sou uma crença em si mesmo e no infinito. Procuro ser justo. Sê-lo-ei sempre?
Não, claro que não, porque não existe justiça absoluta. Mas não deixo de o
tentar ser, sempre. Quem aponta erros e não entende que é necessário errar para
aprender, então precisa de aprender a perceber quando erra, para que também
possa aprender. Não julgo ninguém. Mas todos julgamos os outros. Não condeno
ninguém, mas todos condenamos os outros. Então, o segredo está em continuar a
acreditar que ninguém merece julgamento ou condenação. A complexidade da vida é
conhecida, mas não está ao alcance da nossa capacidade de equacionar problemas
e fenómenos. Vivemos na base de modelos. Criemos, então, modelos que melhor
descrevam a realidade, seja lá o que isso seja.
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