16 julho 2015

Histórias do Anoitecer XXIII



Não há sonhos impossíveis. Mas há sonhos que tornamos impossíveis.
Funâmbulo, tentando um equilíbrio sempre precário, de modo a atravessar esta fase da vida. Pergunto ao meu anjo a razão desta incerteza, que me pesa em cada dia. Sei que quem mais me amou, eu não amei, e ficou todo um sofrimento desfeito pelo tempo. Sofri de amor também, paixões inconsequentes, pois não foram retribuídas. Como um feitiço de Áquila, deambulo, esperando que a luz e as trevas se fundam, e a paz retorne ao meu coração.
És como um malmequer a quem retiro pétalas que jamais acabam, na esperança de que chegue a última, seja qual for, enquanto as outras flores seguem o sol.
A tua tristeza faz-me triste. Já não sei que faça. Algo vai acontecer, não sei tempo nem lugar, na batalha entre a entropia e a ordem desejada, entre a atração e a repulsão, entre o amor e o medo. O amor vence sempre, mas muitas vezes não é o amor que imaginamos…


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