18 julho 2016

Histórias do Anoitecer XXX



























Foi nas madrugadas de 2005 que escrevi os únicos textos que sou capaz de reler. Um ano de transformações profundas, que antecedeu um ano de mudança de vida. O mesmo aconteceu em todos os anos homólogos. Interessante coincidência. Mas isto não quer dizer que os outros anos fossem desinteressantes, antes pelo contrário. Há anos para construir e outros para realizar. O que importa mesmo é a força de vontade para chegar a outras paragens do outro lado do assombro, do inesperado, do não antevisto, apesar de eu seu um lutador “formidável”.

Fui capaz de falar de amor como nunca falara, de dentro da minha concha, até que que a realidade me expusesse à situação limite… e aconteceu. Cruzei-me com o amor de todas as vidas? Não. Já não acredito que tenha amado sempre a mesma alma, pois amo muitas almas, todas, e algumas em particular. Amo de forma muito especial as almas a quem dei corpo, claro. Porque sou humano, admiro os laços de sangue, como conquistas de eternidade. Mas sei que essas almas são autónomas, ligadas a mim, mas com projetos próprios.

Amei, amo e amarei tanta gente. De uma forma direta. Na intimidade, basta-me uma mulher. A melhor de todas? Não. Sei que não. A melhor mulher não o quis ser, e ainda não encontrei melhor. Mas encontrei amor, que é o que justifica a vida. No entanto, o amor, às vezes, não significa a melhor mulher. Também sei que devo ter um papel nisso, nas escolhas, nas ilusões, nos enganos. E sei que tudo flui e nada é certo, infelizmente.

Assisti ao azedar de muitas “relações” sem perceber porquê. Mulheres que vivem obcecadas por concretizações de vida que relevem a sua felicidade. Esquecem-se de a construir, e quando o querem fazer, deparam-se com tanta gente, boa e má, mas nunca faltando pessoas que, também sofridas, de disponibilizam para resolver. Ninguém resolve os nossos problemas e desamores, somente nós!

Estas histórias do anoitecer são demasiado cruas, eu sei. Lembram-me mulheres que partiram, sem necessidade, mas que fazem a sua vida de uma forma complicada, e se esquecem, tal como eu, pois somos humanos, que as oportunidades raramente se repetem. Por que é isto assim? Não sei. E eu sei que não sei nada. Mas continuo a amar, a sofrer, porventura porque ainda não soube como fazer…

Há muito um anjo sem asas, procurando que todos sejam felizes… difícil? Sim, muito.