31 janeiro 2017

Histórias do Anoitecer XXXIV



Como um estranho numa terra estranha. Mas aqui, onde nasci. Não será o espaço, mas o tempo. Sim, o tempo, mas não estão os dois interligados, como Einstein demonstrou? Será que o alargar do tempo tornou o espaço estranho ou o contrário?
Tantos os caminhos, e todos me parecem infrutíferos. Vou encontrar essa vereda, em que a sombra faz desenhos mágicos, frondosa de ar limpo e cheiro a terra, por onde nenhuns pés humanos ainda trilharam.
Vejo os rostos do passado, e sinto a comoção da saudade. Faltam-me abraços que partiram, outros que andam perdidos, e o teu, que sofre. O mundo acaba onde começa o meu delírio por aquilo que não existe, e não passa de uma ilusão. Somos, os que somos, uma referência num texto publicado e que ninguém leu. Tudo está massificado. A informação é tanta, que nos sentimos os mais ignorantes de todos. E a mentira, o engano, a fraude, fazem o seu caminho, como sempre fizeram, tornando cada vez mais difícil perceber o que acontece.
Por agora, acho que sei uma coisa: o mais difícil da vida é as pessoas entenderem-se, isto é, perceberem o que se passa, ouvirem e sentirem os outros, apreenderem o que lhes é comunicado, seja informação ou formação. Falta sintonia. Falta amor.

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