02 julho 2017

Histórias do Anoitecer XL

Sou simples e aprecio coisas simples. Podem ser consideradas sofisticadas, mas, para mim, a beleza superior está na simplicidade. Não tenho a atração do “bandido” ou do manipulador. E sei que ser verdadeiro é assustador.
Escrevo com intenção desde tenra idade. E, para além do amor, o que mais me faz refletir é a ausência e a solidão. Temas interligados, e que tocam a sociedade de forma transversal, pois é por causa daqueles sentires, que nós acreditamos ser ou não felizes.
Percebo porque alguns, nomeadamente os artistas, acabam experimentando estados alterados de consciência, usando alucinogénios e abordagens semelhantes. As pessoas procuram o que não encontram. Nunca fui tentado a tanto, pois receio perder o controlo do meu eu. Mas sou igual na procura do que queria ser, porque ainda não me convenci que já sou tudo o que devo expressar, e que nada me falta.
Curiosamente, idealizo um amor que, verdadeiramente, nunca encontrei, ou não fui capaz de sentir. O que é estranho para quem tão pouco exige, e para quem consegue descortinar sempre o que é positivo em cada pessoa. Contudo, muitas vezes não vemos o que está diante dos olhos, ou não podemos ver, porque isso implicaria o fim do que se tem. Acordei de novo para descobrir o que ainda quero ser, sem deixar de ser quem sou.

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