10 março 2015

Histórias do anoitecer XIII

 
Ah, quantas lágrimas verti! Desejo que tudo seja normal, mas não é. Arrastam-se situações dramáticas, desesperantes, que me envolvem em permanência. Tento acudir em todo o lado, e saio sempre a perder. As mulheres são complicadas, é sabido, mas sei que as há, porventura, diferentes. Então por que razão eu atraio tanto sofrimento? Como satisfazer tanta carência? Por que há tanta incompreensão? Por que tudo funciona de forma deficiente, mesmo quando estudado de forma exaustiva, sendo conhecido o diagnóstico e, até, a terapêutica? Por que sofrem os anjos? Por que há tanto ciúme e inveja?
Não vale a pena o lamento, mas sempre acontece o desabafo. A solidão sorri para nós e garante-nos que amanhã tudo será melhor.
Relembro tempos idos, em que as grilhetas explodiam com as granadas do repúdio! Quando as causas nos acendiam a indignação, quando a generosidade da intenção tudo suplantava! Até cairmos na realidade. Nos apercebermos que as mudanças acontecem, mas não ao ritmo desejado. Que os interesses egoístas tudo ultrapassam. E sentimos no fundo da alma, que há que insistir, acreditar e, acima de tudo, amar!

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