Ah, quantas lágrimas verti! Desejo que tudo seja normal, mas
não é. Arrastam-se situações dramáticas, desesperantes, que me envolvem em
permanência. Tento acudir em todo o lado, e saio sempre a perder. As mulheres
são complicadas, é sabido, mas sei que as há, porventura, diferentes. Então por
que razão eu atraio tanto sofrimento? Como satisfazer tanta carência? Por que
há tanta incompreensão? Por que tudo funciona de forma deficiente, mesmo quando
estudado de forma exaustiva, sendo conhecido o diagnóstico e, até, a
terapêutica? Por que sofrem os anjos? Por que há tanto ciúme e inveja?
Não vale a pena o lamento, mas sempre acontece o desabafo. A
solidão sorri para nós e garante-nos que amanhã tudo será melhor.
Relembro tempos idos, em que as grilhetas explodiam com as
granadas do repúdio! Quando as causas nos acendiam a indignação, quando a
generosidade da intenção tudo suplantava! Até cairmos na realidade. Nos
apercebermos que as mudanças acontecem, mas não ao ritmo desejado. Que os
interesses egoístas tudo ultrapassam. E sentimos no fundo da alma, que há que
insistir, acreditar e, acima de tudo, amar!
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