16 junho 2015

Histórias do Anoitecer XVIII



Esperava ver-te como um por-do-sol laranja, agigantado no horizonte, marulhando no meu colo. Mas a tua cara fechada, os teus pensamentos infelizes, e todo o sofrimento que não tens razão de carregar, torna o verão apagado, numa incerteza sem fim.

Passeei praia fora até à curva do regresso. A entropia contextualizava-se nos pensamentos sem nada. Precisava da tua mão na minha, mas os meus dedos estavam sós.

O desassossego não me tira o sono, pois a minha consciência continua a tomar conta de tudo. Já foi tempo da paixão, como sempre também sinónimo de dor. Imagino-te, mas não te tenho. E, embora nada me falte, ainda sonho um caminho novo.

Extravasei as sextilhas de outrora, para me dependurar em outros mundos, em outras ansiedades do destino. Queria partir, mas estou sempre chegando. Até um dia…


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