Ai, vida, que me pregas partidas umas atrás das outras!
Então agora é assim?! Já não bastavam as ilusões e as rejeições? Nunca te
apiedas deste pobre coração.
Ainda tenho comigo o cheiro da tua mão. Imaginas a tortura?
Ter as cartas e não poder cartear? Saber que o jogo pode arruinar os jogadores,
fora e dentro da mesa…
Mas se a vida, sim tu!, não me surpreendesse, então como me
acharia? Carente dessa surpresa, e de todo o amor que ela encerra, e que não
foi capaz de dar.
Vou sonhar. Vou querer. Vou calar. Vou falar. Vou fazer tudo
aquilo que a minha razão deixar. Um braço de ferro de perder e ganhar. A
lagarta saiu do seu casulo e só tu sabes como a apanhar. Chora, ri, para de
esbracejar. Não sabes quanta água há para nadar. Não sabes se o deserto vai
acabar. Mas sabes que o tempo começou, e não vai jamais parar.
Calmamente, tenho de regressar, sabendo que deixei
mais um pouco de mim.
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