14 julho 2017

Histórias do Anoitecer XLVI

Como se fora um mundo paralelo. Um aparecimento cheio de receios, muros e sinais de resistência. Uma vontade incontrolável de amar, porque sim. De construir amor, porque há atração. De não desperdiçar mais tempo. Mas, curiosamente, as atitudes não são iguais, evoluímos… a experiência dá-nos uma força que não tínhamos, um conhecimento que nos é útil e, porventura, algum discernimento para percebermos o que realmente importa.
Como se fora um mundo paralelo. Tudo pode ser diferente, porque não estamos aqui, mas onde o sonho sempre apontou a realidade alternativa. Após tudo que temos? O nada? Não, há sempre mais coisas que se encerram num olhar, que se escondem num trejeito de mãos, que nos acicatam a imaginação: e se?...
Como se fora um mundo paralelo. Uma vontade indomável de acertar, podendo toldar-nos a visão, tal é o querer. Uma maior calma e paciência. Um conformismo compreensivo sobre cada retrocesso, com a convicção de que vale a pena continuar. Se o que o nosso anjo nos dá é o melhor para nós, então resta-nos agradecer, ora porque temos de sofrer, ora porque vamos ver finalmente o que poderíamos ter visto há muito, que todos somos amor, e que no amor é a que a vida de realiza.

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